segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mestrandos apresentam resenhas sobre a obra de Norbert Elias

Apresentação: Mestrandos dos programas de pós-graduação da UFGD - Coordenação: Profª. Drª. Marina Vinha FAED/UFGD

A SOCIEDADE DOS INDIVÍDUOS - NORBERT ELIAS
Apresentação da Resenha: Karoline Batista Gonçalves
Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFGD.
É uma obra composta por três ensaios que abordam a relação entre a pluralidade de pessoas, e a pessoa singular, ou seja, a relação sociedade e indivíduo. A idéia é de que os indivíduos e a sociedade não são entidades estagnes (parada), mas apenas perspectivas diferentes de um mesmo interesse. Dessa maneira, a obra retrata que as relações que os indivíduos mantêm uns com os outros formam uma “rede" ou um sistema de relações formando assim a sociedade. Elias ainda faz uma reflexão sobre as mudanças na maneira como a sociedade é compreendida, e até no modo como as pessoas que formam essas sociedades entendem a si mesmas: em suma, a auto-imagem e a composição social aquilo que o autor chama habitus dos indivíduos e a reflexão sobre a mudança na identidade eu-nós. Por fim, a obra de Elias oferece instrumentos para pensar, observar e compreender o indivíduo e a sociedade.
A CIVILIZAÇÃO DOS PAIS - NORBERT ELIAS
Apresentação da Resenha: Eltongil Brandão Barbosa
Programa de Pós-Graduação em Educação da UFGD.
É fato que houve uma mudança acelerada na relação pais – filhos, especialmente no século XX, porém é necessário ressaltar que esse processo é longo e contínuo. Desde muito tempo os filhos representam um mistério para os pais, reflexo disso, é a vasta quantidade de livros que sugerem a solução para tal mistério e esse tipo de literatura já existe há muitos séculos, normatizando comportamentos. Mas para compreender essa mudança é necessário que haja um estudo bastante abrangente sobre tudo quanto às sociedades passadas. Norbert Elias em seu livro: A Civilização dos Pais e Outros Ensaios, reconstrói o processo civilizatório da relação pais e filhos, passando pelo Medievo até os dias atuais. Nesta análise das sociedades, fica claro as mudanças das práticas sociais de pais e filhos, de como os papeis sociais, funções, valores vão se construindo ao longo do tempo.

A SOLIDÃO DOS MORIBUNDOS: SEGUIDOS DE “ENVELHECER E MORRER” - NORBERT ELIAS
Apresentação da Resenha: Juliana Grasiéli Bueno Mota
Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFGD.
No mundo, os homens e mulheres estão de passagem, na certeza de que a morte cedo ou tarde chegará. A Solidão dos Moribundos, publicado pela primeira vez na Alemanha em 1982, aos oitenta e cinco anos de idade de Norbert Elias, mostra as inquietações do autor em torno do fim da vida e da solidão que ela acarreta. O terror e temor que temos da morte são despertados pelo imaginário social que temos dela, na medida em que criamos diversas formas para lidar com a morte. Uma delas é desconsiderar, excluir e isolar, tudo e todos que nos possibilitem reconhecer a morte, como fator importante das relações sociais humanas. Hoje, a modernidade criou padrões de civilidade, onde os velhos e os moribundos passam a ser excluídos das relações sociais. O conceito de solidão para o autor remete-se a exclusão, na medida em que determinadas sociedades, grupos e indivíduos estão “fora” dos padrões sociais ditados pelo moderno. Assim, ser Branco, Jovem, Heterossexual e Magro (mercado da moda), é a representação do bem estar e da vida, se opondo às representações da morte, que passa pelo ser velho e doente. “A morte não é terrível. Passa-se ao sono e o mundo desaparece - se tudo correr bem [...]”. As sociedades na história criam mecanismos para explicar a si e os outros e, da mesma forma, explicar o fim último da existência humana.

MOZART: SOCIOLOGIA DE UM GÊNIO
Apresentação da Resenha: Nubea Rodrigues Xavier
Programa de Pós-Graduação em Educação da UFGD.
A resenha refere-se a uma perspectiva sociológica do músico Mozart desde a sua infância até a fase adulta, objetivando demonstrar sua inquietação com a especificidade de valores e costumes que se estabeleceram em torno da produção artística e como o gênio Mozart foi influenciado pelas suas experiências individuais e sociais vivendo numa sociedade de corte. Elias tentou responder como um homem tão talentoso pode ter um fim tão trágico, destacando a curiosa contradição dos desejos de um outsider na tentativa de romper com um establishment de uma sociedade de corte marcada pelas relações fixas e sem mobilidade onde um músico era somente um serviçal do rei. A pesquisa de Elias é feita com cartas que foram trocadas entre Mozart e a família, especialmente, o pai ao longo de seus breves 35 anos. A obra é um convite a uma sinfonia de notas que determinam a compreensão da realidade por meio das minúcias que cercaram situações do micro contexto por ele vivido, como também as explicações gerais que permearam o macro, a organização social da qual fazia parte numa correlação existente entre o processo civilizador individual e social do músico, lutando para existir em uma sociedade que ainda não reconhecia o talento e a produção artística como algo relevante, constituindo assim, perspectivas para a discussão da sociologia de um gênio.
Palavras-chave: relações de poder; consciência artística; sociedade.

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